segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pausa

Eu fiquei imóvel
só ouvindo.
Você falava,
gritava,
gesticulava.
Eu não entendia,
não ouvia.
Continuei ali,
parada.
Calmamente
me levantei,
peguei um copo d'água
e, de novo,
me sentei.
Continuava sem ouvir nada.
Você falou,
gritou
e devagar
se aproximou.
Pela primeira vez
me olhou.
Como se nada
tivesse acontecido,
lhe dei um beijo.
Você se acalmou,
me olhou,
parou.
Ficamos ali,
os dois,
imóveis.
Como se,
por algum tempo
- não determinado -
tudo tivesse parado;
nada tivesse acontecido.
As coisas voltaram ao normal.
Fique tranquilo,
foi tudo o que eu disse,
eu não vou embora.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mentiras sinceras

Inventei uma mentira
e tento acreditar.
Repito pra mim mesma,
mil vezes
em voz alta;
cochicho pelos cantos
e
mesmo assim
falta fé.
Não creio em mim.
Não é simples assim
do jeito que parece.
Minhas mentiras
são sinceras;
são verdadeiros
desejos,
sonhos,
recordações enroladas
na mais bruta ficção.
Invento mentira
para que,
nessa forma,
algum brilho
(re) surja;
alguma luz se acenda;
alguma - linda -
esperança nasça,
pois
meu coração
merece calma,
minha alegria
necessita combustível
e que,
por obséquio,
esse conjunto,
a união de tais fatores,
desaponte a escuridão.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Aconteceu

Para que você pare
de uma vez por todas
é bom que saiba a verdade.
Eu menti
toda vez que disse que estava bem.
Menti também
quando disse que tinha tempo,
que tudo iria passar.
Eu menti
quando disse que teria paciência.
Não escolhi.
Simplesmente aconteceu
e eu sofri.
Agora é chegada a hora
de sentires na pele
o que me fez passar.
Acordou tarde;
sentiu que me perdeu,
e acertou!
Não há o que fazer,
há e ser eterno.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Por favor

Odeio ter
a convicção
e a prova concreta
do tamanho do mundo.
Fugi,
me escondi
e quando
estava prestes
a me libertar
Você apareceu.
Veio pelo correio,
ou ligação
de telemarketing
da maneira
mais inoportuna,
no momento
mais inconveniente.
Conserve-se.
Preserve-se.
Por favor.
Liberte-se
e suas histórias;
Guarde-as em seu mundo.
Afinal,
eu sei
o mundo é pequeno demais
para que mesmo
Que eu não queira
eu saiba de você.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Desatrela

Eu me segurei,
mas agora
preciso te dizer
que sim,
eu penso em você.
Seus detalhes aparecem
e sim,
antes que você fale,
pense
ou pergunte,
me mantenho ocupada.
Cabeça
ou coração.
Não sei.
Um desses infelizes,
um desses inconvenientes,
não te larga.
E sim,
eu quero.
Ou seja,
me larga,
sai de mim:
Eu quero não te querer.
Entendeu?
Sai da minha cabeça,
esvazia minha mente
e sim,
desafoga meu coração.
Devolve meu ar.
Me deixa "sozinha"
e sim,
minha solidão acompanhada,
minha paz comigo mesma,
é só o que eu quero de mim.
É isso que eu preciso.
Quero que me liberte
de seus pensamentos.
Porque sim.
Eu quero viver
a minha maneira
com outra pessoa
que não,
não é você!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Done

A minha parte eu fiz.
Não vou mais falar,
não vou mais pensar,
não vou mais gostar.
Deixei,
nesse momento,
de sobreviver.
Passei a viver.
Entender sem censura,
procurar sem anceio.
Não há respostas
vindas com o tempo.
Nem haverão.
Não.

sábado, 15 de outubro de 2011

Novo denovo

Vou buscar um outro olhar.
Outro corpo.
Outra mão que me segure.
Foi tudo uma loucura,
mera insensatez mirim.
Não tem mais o fogo,
falta o calor
daquele momento.
Quero mesmo
outra paixão.
Outro colo quente.
Uma alma verdadeiramente compatível.
Um novo
e infinito
olhar.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Não precisava

Minha perspectiva se foi,
minha esperança já era.
Você fez isso.
Me usou,
mentiu pra mim
e quando saiu
fez questão
de apagar a luz
Fiquei ali,
pa-ra-li-sa-da.
Assustada.
Perdida.
Estava insegura
no mais seguro
dos possíveis lugares.
Humilhada.
Encurralada.
Você armou,
dirigiu a cena
perfeitamente,
cantou lindamente
a trilha sonora ideal.
Era tudo o que eu queria,
mas não procurava.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Rehab

Cabelo diferente,
unha feita,
mala pronta.
Cinco dias off.
Tudo OK.
Respirar,
fechar os olhos,
só me falta embarcar
rumo ao desconhecido.
Reconstituição.
Novos ares
aguardam a chegada;
Novos amores,
novas dores.
Rehab
de você,
de mim,
do resto,
do mundo.
Água limpa.
Quando eu voltar
meu sorriso vai avisar:
a alegria chega
para ficar.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Retorno

Você olhou
e não me viu.
Enquanto isso,
as ruas
me trazem lembranças
e os lugares
recordações
que foram,
possivelmente,
sonhadas;
cuidadosamente
imaginadas
e delicadamente
guardadas
na sombria escuridão
do meu peito.
Se eu estiver certa,
tudo isso é projeção,
então,
num longínquo
futuro próximo,
você vai passar,
me olhar e,
cuidadosamente,
com carinho,
vai acenar.
Vou te enxergar.

Retorno

Você olhou

e não me viu.
Enquanto isso,
as ruas
me trazem lembranças
e os lugares
recordações
que foram,
possivelmente,
sonhadas;
cuidadosamente
imaginadas
e delicadamente
guardadas
na sombria escuridão
do meu peito.
Se eu estiver certa,
tudo isso é projeção,
então,
num longínquo
futuro próximo,
você vai passar,
me olhar e,
cuidadosamente,
com carinho,
vai acenar.
Vou te enxergar.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Asas

Esse seu olhar
esse seu jeito
que eu tanto quis,
deixei ir embora.
Não por vontade,
que isso fique claro,
foi pura necessidade.
Necessidade de mim,
meu bem estar.
Não estou feliz,
mas irei ficar.
Não estou saudável,
mas voltei a me cuidar.
Não vou mais me machucar.
Por mais que te deseje,
não consigo perdoar.
Você mentiu,
me iludiu;
brincou
e foi embora.
Aprendi.
Renasci.
Estou regenerando
minhas asas.
Logo volto a voar
e desse jeito,
finalmente,
você não vai me alcançar.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Normalmente

Tenho vontade de você.
Vontade de ligar pra você
e não sei porquê.
Penso em você.
Mas voltei a meu estado tranquilo,
menos vulnerável.
Os dias voltaram a passar no tempo normal.
Ou quase.
Acho que,
finalmente,
acreditei
na mentira que eu inventei
pra mim mesma.
Inventei que você está bem
e que precisa curtir;
inventei que você entende a diferença,
a sutil
e gigante diferença,
entre eu
e elas.
Isso me acalma:
saber que você vai pra putaria
- e não vai fazer isso comigo,
não vai me machucar.
Vai me proteger da escrotidão.
Me acalma saber
que quando você cansar
terei vivido minha vida.
Se dermos sorte,
se o destino for legal,
estarei lhe esperando,
pensando em você,
com vontade de você,
pronta pra ter você.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Amanhã

Eu fantasio coisas:
me imagino chegando,
te chamando.
Você me vê
e com o olhar penetrante,
de quem sabe o que quer,
me toma em seus braços.
Um dia frio;
Uma viagem longa;
Um banho a dois.
O novo começo de uma história:
Nossa história sem fim,
de altos e baixos,
um mar,
um amor sem fim.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cíclica III - Desabafo

De desculpas já estou cheia
De pretextos mais ainda
Sua presença me faz bem
Sua ausência me alucina
Engane-se sozinho
De ilusões meu mundo está cheio
Não sou seu compromisso
Não quero horário na sua agenda
De você quero só atenção
E pra isso a distância não importa
A certeza a qual te cobro
É a certeza da sua volta
Não quero me esconder
Não agüento mais mentiras
De ilusões meu mundo transborda
Por favor, não desmereça
O sorriso que te dou
O prazer de estar contigo
As ligações não atendidas
São um filme sem tamanho
As mensagens não respondidas
São como dígitos em vão
A relação que procuramos
Não é a mesma que vivemos
Minha vontade era de ser só sua
Trocar a ilusão de uma noite
Pela certeza de um pôr-do-sol
Pela garantia de uma manhã
De ilusões já estou cheia
Os esforços não reconhecidos
Ainda esperam ser recompensados por um elogio
Uma demonstração da sua certeza
Era isso que eu queria
Nenhum sumiço ou desaparecimento
Alguma palavra,
Algum carinho, algum gesto
Era isso que eu queria
Nada de ilusões
Nenhum novo pretexto
A certeza de um sentimento
De uma cobrança sem culpa
Era isso que eu queria
Poder dizer que sou sua
Com a certeza de isso não ser uma ilusão
Poder gritar aos sete ventos que você é meu
Que eu sou sua
Do mesmo jeito, que você é meu.

Luisa Pastuchen Fischer – 14 de novembro de 2006

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Ela é

Ela é linda
e te faz feliz.
Ela trabalha
e tem vida própria.
Ela te ama
e já sofreu por você.
Ela te quer
e já te perdoou.
Ela tem o corpo perfeito
e sabe como usá-lo.
Ela sabe o que quer
e você faz parte disso.
Ela é sincera
e sabe te conquistar.
Ela é confiante
e tem paciência.
Ela tem um jeito único
e sabe como te agradar.
Ela ouve suas músicas
e te faz sorrir.
Ela é incrível
e não merece sofrer.
Ela é sua
e você vai resistir,
ficar cego para o resto do mundo.
Ela é sua.
Ela não sou eu,
é ela.
Ela é sua
e eu não vou falar mais pra você.
Ela é sua
e eu tenho minha vida pra viver!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Cadê?

Não sei quem sou
me olho no espelho
e não me reconheço.
Me olho
e não me vejo!
Cadê
a alegria?
o eu,
você?
Cadê
o eu
e você?
Fico procurando,
uma sombra,
um sinal
- não tem;
está vazio.
O opaco,
por vezes,
me domina.
Cadê
o brilho
que há tempos
já se apagou?

sábado, 24 de setembro de 2011

...que os dias passem

Pois é,
te vi feliz,
te vi sorrindo.
Não era pra mim.
Não era comigo.
Que diferença isso faz?
Dói em mim.
Sua indiferença,
sua falta de delicadeza.
Eu não quis assim,
mas tudo bem.
Você não será nada pra mim.
Em breve.
Deixe que os dias passem...
Eu vou sorrir
e você
só vai poder olhar pra mim.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Calmaria

Esse olhar misterioso
que chega,
deseja,
num batuque.
Uma dança,
corpo a corpo.
Ferida aberta,
cutucada.
O mar;
A chuva,
nossa dança conjunta,
a leveza que flui,
a tormenta que chega,
me destrói
segurada pela calmaria
que vem e purifica.
Não estou mais sozinha.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sem Resposta

Já olhei mais de um milhão de vezes
O celular continua igual
Nenhuma resposta.
O coração quase não agüenta
Vontade de saber como está você.
Onde está você?
Com quem está você?
Eu tô aqui
Com a cabeça aí,
Quanto a você
A certeza já não é a mesma.
Já olhei mais umas mil vezes
A única coisa que muda são os minutos
Cada vez passam mais devagar
Estou no meu lugar
Fazendo o que tenho que fazer
Você está longe
No lugar onde tem que estar
Fazendo aquilo que só por você pode ser feito
Minha vontade de te ver é grande.
Os minutos passam cada vez mais devagar
Se desvio o pensamento,
Você está no meu desvio.
Analisando as pessoas,
Todas tem pequena semelhança.
Quero fugir desse sentimento
Quero você aqui comigo.
Como refúgio:
Teus braços e teu beijo
Seria, agora, um paraíso mais do que perfeito.

Luisa Pastuchen Fischer – 13 de novembro de 2006

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A Lua

Sempre acostumada
a brilhar sozinha
me obrigo,
em silêncio,
a te admirar.
Ao me aproximar da janela
a luz entra e,
por um instante,
paraliso.
Um rápidos movimentos
troco a cama de lugar.
Me ofusco,
me apago
e te deixo brilhar.
Tudo porque sei
que nessa imensidão
preto marinho
é a minha luz
que vc vem buscar.
É minha energia
que te faz brilhar.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Pois é

Pois é,
tá vendo só?
Eu era assim
quando você se apaixonou,
lembra?
Você me fez mudar
por te querer,
te amar.
Tá vendo só?
Eu mudei por você.
Me perdi de mim.
Pois é...
Fica tranquilo, viu?
Voltei ao meu normal!
Me encontrei
e não me faltam méritos:
ando melhor,
voltei a sair.
Pernas de fora,
cabelo solto,
olho marcado.
Depois de me largar
voltei a me encontrar.
Por te perder de mim
agora
estou disposta
e vou encarar
quem vier
me machucar.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Me decidi

É diferente,
é bonito!
Como funciona?
Eu quero...
Preciso descobrir.
Animalescamente
mascarado.
Sexy,
sensual,
perigoso.
Meu amor
amoroso.
Te quero
e vou descobrir:
sem arredar,
sem correr.
Fique calmo,
não vou fugir.
Carinhosamente,
vou me entregar,
vou aceitar,
me decidir.
Te quero.
3,2,1
Pensamento rápido...
Já me decidi:
em ti
vou investir!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Partida

Eu não posso parar agora
que eu engatei uma primeira,
que estou indo,
esquecendo.
Não vou voltar
e não vou tomar partido.
Eu não sei explicar,
mas sei que não posso parar.
Me falta força
para encarar
os fatos,
a sua realidade.
O que te peço
é essa distância
-estais indo bem.
O amor que eu sentia
está sumindo...
Eu não vou mudar de lado.
Meu erro,
meu desejo.
Fica aí e não sede,
não arrede
para que me aquiete.
Estou esquecendo...
meu desejo,
sua vida,
aquele eu em você.
Com...
Você.
Vou indo bem,
estou feliz,
sigo tranquila,
vou além.
Sem...
Não quero mais você.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Saudade

Quem sente fome,
quer comer.
Quem sente sede,
quer água.
Quem sente frio,
abraço.
Quem ama,
cuida.
Quem sente saudade
quer estar junto.
Saudade.
quem gosta, sente saudade.
Quem quer, sente falta.
incompativel com a distância.
com o frio, com a fome, com a sede.
Saudade.
Saudade.
Eu tenho saudade.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Bem pequeno

Bem pequeno,
baixo,
observando,
reparo em tudo
-sem que saibas.
Entre esse bando de doidos,
nesse mundo de loucos,
encontrei sua sanidade.
A música toca
e em meio a ela
minha lucidez se destaca:
você repara.
A curiosidade desperta.
Quanta diferença!
Dos mínimos detalhes,
um sorriso.
Volta para o pequeno,
o mínimo,
o essencial,
a felicidade.

domingo, 11 de setembro de 2011

Domingo

Que delícia pensar em acordar assim.
Que delícia acordar assim.
Sua mão,
de leve,
acariciando minha pele,
o contorno do meu corpo.
Seu calor;
O sol entrando pela janela,
a cama imersa,
2/3 da cama vazio.
Sem fome,
sem sede,
sem sono.
Conforto.
Teu beijo,
tua pele.
Que delícia acordar assim,
seu beijo em mim.
Sutileza,
carinho.
Eu mesma,
sem medo,
protegida.
Seu sorriso,
olho em mim.
Que delícia sua mão
na minha pele.
Dormir assim.
Dormir,
acordar,
dormir.
Eu quero viver assim,
com você,
vai ser sempre domingo
pra mim.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Devagar... tudo vai passar!

Eu vou
e aí aguenta!
Vai provar
experimentar...
Espero gostar!
Não haverá solução,
não poderemos fugir:
e a gente vai se conhecendo
e o tempo vai passando
de
va
gar.
Com você,
por enquanto,
quero só aproveitar.
O resto?
Fica para depois.
Por hora,
deixe tudo de lado
e
não ouse pensar,
tudo vai passar!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Outro

Te queria aqui
pra olhar nos teus olhos
e dizer o quanto - não - te quero.
Mas não o tenho
então OK.
Minha vida continua
e está indo bem.
Mas penso em você.
Em silêncio,
desejo,
imagino.
Sonho.
Perco noites contigo
enquanto a meu lado,
dorme quem me quer.
Dorme calmamente,
fielmente,
me amando.
Não te preocupes:
quando digo que te queria aqui
era para me visse bem,
para que soubesse que estou feliz,
amando em outro,
com o pensamento em ti.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Extremo

As vezes fica pesado,
difícil,
e eu não tô gostando.
Me falta alguma coisa.
Eu penso em você,
penso em te querer.
Mas não consigo.
Fico aos testes.
meus extremos.
No meu limite,
no finalzinho dele.
Talvez eu tome coragem,
ou assine a covardia,
saque o telefone,
te ligue.
Meu atestado de fraqueza.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Parênteses

Em meio ao caos,
a correria,
a chuva,
ao sol,
você chegou.
Tudo clareou.
Minha rotina se quebrou.
Um parênteses.
Que delícia...
Fugir do marasmo
e,
ao acordar,
ter você ao meu lado.
Nenhuma cobrança;
Nenhuma explicação.
Vou manter tudo assim.
Sua vida,
suas pessoas;
Minha vida,
minhas pessoas;
Em paralelo,
nossa vida.
Que delícia!
Felicidade plena
ter você,
por alguns momentos,
pensamento só seu.
Só eu e você.
Quando tudo acaba,
quando chega ao fim,
quando o sol se vai
e a noite cai,
a realidade bate a porta.
Tudo volta ao normal.
Mais força,
mais vontade,
mais brilho,
mais alegria,
mais bons dias,
mais parênteses em meio ao furacão.
Seja bem vindo,
sempre!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Disponibilidade

Que vontade que eu tenho
de te ter aqui,
de te ver chegar,
sem esperar.
Não estarei armada,
eu prometo!
Quero sentir você chegando,
seu cheiro se aproximando,
sua mão,
aos poucos,
me tocando.
Chega de tristeza,
chega de espera.
Seus lábios me achando,
lentamente,
me encontrando,
nos encaixando.
Um pouco de álcool,
uma dose de amor.
Direto ao ponto.
Nostalgia.
Toca o despertador.
... o dia está cinza lá fora,
você não chegou.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Coquetel

Eu tô doente,
fraca,
cabelo caindo,
unha quebrando,
trêmula.
Me falta ar.
Um coquetel anti-você por hora:
-cigarro, café, calmante.
Não tenho fome,
me falta apetite,
me falta ar,
me falta você.
Não tenho controle,
só vontade,
só desejo,
saudade.
Mas não conte a ninguém,
não se sinta importante.
Não é!
Foste parte de mim,
mas me regenero
sem você.
Mais uma noite em claro;
mais um longo dia,
mais um coquetel,
mais falta de você.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Último grito

Ok.
Eu sinto muito!
Sinto pelo que sou e não fui,
pelo que poderia ter sido e não aconteceu.
Sinto pela minha pirraça e por nossa infantilidade.
Sinto não poder ter te olhado mais uma vez,
olho no olho,
e ter escutado da sua boca
que não era mulher pra você.
Sinto muito por ter insistido
-e ainda insistir-
em algo sem futuro.
Mas eu sou assim.
Não sei o que aconteceu.
Sou assim,
intensa demais.
Sincera demais.
Essa foi uma das raras vezes que me enganei.
Acreditei e fui iludida.
Não sei se por você ou se por mim.
Não sou só mais uma,
então divirta-se!
Aproveite sua vida,
suas viagens,
suas mulheres
e não se arrependa
quando precisar
e não tiver pra quem ligar pra dizer que o dia não foi bom:
eu estava disposta a isso.
Sendo assim,
repito:
sinto muito!
Só te peço uma última coisa:
por respeito a mim,
não finja que nunca me conheceu!
Eu queria muito conversar de novo,
só nós dois!
Vai ser lindo se um dia você resolver aparecer
e eu ainda estar com algum pensamento em você,
o cara que eu conheci
e que tem milhões de defeitos,
assim como eu,
não o cara perfeito,
o sonho de consumo de qualquer mulher.
Tudo isso porque,
definitivamente,
não sei o que deu em mim pra querer tanto você...
Um cara que é o contrário de tudo que um dia eu quis na vida.
Espero que agora entenda.
Esse foi meu aviso,
meu último grito.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Segura distânica

Eu não entendo como você pode,
esse seu dom.
Seu cara de pau!
Ao tempo que sente saudade,
mantém a distância
e faz questão de me menosprezar.
Tudo bem.
Já me acostumei.
Já tô calejada.
Quando você voltar
vai ser tudo diferente.
Já estarei em outra.
Antes que você pense besteira
e tire suas próprias conclusões:
estarei bem,
comigo,
meu trabalho,
minhas conquistas,
meu corpo.
Não terei tempo
de pensar em você.
Ainda bem!
Que estes bons ventos
levem a saudade de ti
e que a mantenha aí,
na tua distância,
tua covardia,
minha fiel segurança.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ando

Fico imaginando,
sonhando,
criando,
fantasiando.
Vou chegar,
despi-me-ei por seu olhar.
Seu toque:
um arrepio.
Pausa.
Nada mais importa
nesse tempo,
nesse lugar.
Fico imaginando,
sonhando,
criando,
fantasiando.
Vivo na distância,
na lembrança,
no som do silêncio.
Sinto o perfume no ar.
Sozinha,
com a chuva lá fora,
e a porta destrancada,
semi-nua,
sob o lençol,
expiro seu cheiro.
Fico imaginando,
sonhando,
criando,
fantasiando.
E agora,
crente que uma hora
você vai entrar.
Vou te amar.

domingo, 28 de agosto de 2011

Vírgula

E que dure muito,
e sempre,
e cada vez mais.
Porque,
sem que você saiba
eu vou ser alimentada
pelo seu amor,
seu carinho,
sua atenção,
que,
aos poucos,
matando os desprezos,
curando as feridas,
sumindo com os hematomas.
Que dure muito,
e sempre,
e cada vez mais
essa sua alegria,
essa sua energia,
esse seu alimento
que você fornece
e eu quero cada vez mais,
e mais,
e mais
e pra sempre
e cada vez mais.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Trilha sonora

Bem quieta na minha,
em meio a rotina,
você surge
sem que eu queira.
São detalhes
que vem,
me tomam.
Pensando em qualquer coisa
ouço (a) música,
mas não adianta...
Desenterrei a minha saia,
voltei com meu batom.
Isso é ótimo;
Você é ótimo;
Foi ótimo.
Pareceu adivinha,
narrou o que aconteceria.
Pois é.
Já não adianta...
Desenterrei a mini saia,
voltei com meu batom.
Minha vida agora é outra.
Estou de volta,
sem você,
sem solidão.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Menos é Mais

Eu vivo num mundo paralelo,
onde o céu é sempre azul,
mesmo que chova
e o dia está sempre lindo,
mesmo que tenha raios.
As coisas nesse mundo
não são tão fáceis quanto parecem.
Faltam horas no dia.
Conciliar trabalho e faculdade já é uma correria por si só.
Piora quando se tem a mania de predispor-se a amar!
Confesso que tenho mil manias,
mas amar demais é uma das principais.
Amo com intensidade, sabe?
No meu mundo paralelo,
que ainda não tem nome,
isso não é pecado,
ao contrário.
Amar demais é permitido,
não se decepcionar é lei.
Não levar tudo tão a sério não significa ser irresponsável.
Significa levantar a cabeça
e ir adiante com suas escolhas,
porque renunciar é preciso sempre.
Escreva na parede,
grife na sola do sapato,
cole um cartaz na geladeira,
no espelho do banheiro,
piche na porta da sua casa:
ter qualidade de vida
é viver bem.
Eu digo em voz alta que isso não me falta.
É um direito meu reclamar,
mas é um dever não me deixar abater.
Meus amigos são cúmplices da minha teimosia,
assim como colo dos meus pais é impagável.
Sem eles, não há como viver bem!
No meu mundo paralelo
o menos é mais.
Menos quantidade, mais qualidade;
menos brigas, mais amor;
menos mau humor, mais alegrias;
menos testa franzida, mais sorrisos;
menos pudores, mais liberdade.
Menos grosserias, mais músicas.
Muita música.
Meu mundo é só meu
e não tem ingresso à venda pela internet
ou na bilheteria da entrada.
Só entram convidados.
Ainda estou para descobrir qual a maneira,
ou qual o critério de seleção,
ou pra onde se manda a carta de intenção
e quem a recebe,
mas o dia que isso acontecer,
vou agradecer.
(...)


Obs: o "original" deste texto está concorrendo no concurso Eu Amo Escrever. Se gostar, vote e ajude-me a divulgar. Obrigada! http://bit.ly/nKQC7w

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Me Segura

Me tirar do sério é difícil.
Realmente difícil,
mas algumas pessoas,
ditas especiais,
tem esse dom.
Só que isso não me interessa.
Não perco mais noites de sono;
não deixo mais de fazer o que quero fazer;
não deixo de vestir o que quero vestir;
não deixo de ir onde tenho vontade de ir.
Pronto.
As coisas são muito simples.
Voltaram a ser simples
e de um tempo pra cá
clareiam cada vez mais.
Estou de volta a meu mundo.
Ao lugar que eu escolhi,
o lugar que eu quero ficar!
Que os outros façam o que quiserem,
digam o que quiserem dizer,
tirem-me do sério,
se da vontade deles for...
De mim?
Aos bons,
aos mals,
aos que se interessarem
- ou não,
deixo meu sorriso
e um olhar de interrogação:
exclamação dedico a poucos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Pedido

Menos é Mais.
Apesar de estar de férias de mim mesma, parar de escrever é impossível!
Se gostar, não custa votar e ajudar!
Obrigada!
http://bit.ly/qbyruk

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Volto já

Estou tirando merecidas férias de mim mesma...
Volto jogo!

sábado, 13 de agosto de 2011

Distante medo de um possível futuro próximo


Quais suas intenções?
O que você faz quando pensa em mim;
No que você pensa quando está comigo;
O que você quer quando me beija?
Quais suas verdadeiras intenções quando fala comigo com aquele seu jeito?
Quero que teus planos sejam eternos
Os teus sonhos os mais perfeitos.
Queria que voássemos para nunca mais voltar
Longe disso que vivemos aqui
Distante de tudo que nos afasta
Aquilo que não nos deixa ficar tão perto quanto gostaríamos
Nos unirá;
Se tivermos que nos separar
Vai ser para nos unir
Se o destino quiser assim
Quais serão suas intenções quando sorrir para mim?
Como estará o gosto do seu beijo quando eu te trazer de volta pra perto de mim?
Quais serão suas reações quando estiver longe daqui?
Qual será o seu desejo;
Quais serão suas intenções;
Pra quem será o seu beijo...
...se um dia eu tiver que te deixar aqui...
...se um dia eu não estiver mais aqui...
...se um dia eu tiver que partir daqui?
Quais serão suas novas intenções?

Luisa Fischer – 11-11-2006

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Seus Olhos


Olhos escuros fixos
Olhos misteriosos
Sujos dentro e fora
Suor que escorre
Voltem os olhos fixos
Coruja
Observa, analisa
Acaricia
Desejo que transborda
Escorre os dedos
Olhos negros que querem
Mas que, mais que a boca
- não dizem nada
Mentem, escondem.
Sujeira que vaza
E pede mais
Desejo que vaza e pede mais
Mais
Muito mais
Pede mais, eu quero mais.

Luisa Fischer

Agora é sua vez

Eu te amo
mas não sei como lidar com isso.
Não quero que aconteça.
Eu sinto sua falta:
falta do que eu queria que você fosse.
Mas sabe o que é surpreendente?
Eu sobrevivi a seu choque.
Fui maltratada,
iludida,
espancada moralmente.
E fui adiante
sem você.
Fui acolhida por alguém que,
ao contrário de você,
não é lesado,
têm paciência,
energia.
Sou uma descarga elétrica,
lembra?
Agora não adianta me ligar
menos ainda me querer.
Já tenho quem me queira.
Alguém que,
em doses homeopáticas
e muito esforço,
tem curado as feridas abertas por você.
Para que você pare
de uma vez por todas
é bom que saiba a verdade.
Eu menti
toda vez que disse que estava bem.
Menti também quando disse
que tinha tempo,
panciência.
Não tinha.
Não tenho.
Não escolhi.
Simplesmente aconteceu
e eu sofri.
Agora é sua vez.
Sentiu que me perdeu
e acertou.
Agora é para sempre.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entenda e não se preocupe

Isso não vai dar certo,
tá na cara,
é só esporte.
Não temos o direito.
Não somos só nós dois
e eu não vou me machucar.
Seria bem mais fácil não ser curiosa,
mais fácil não gostar de você.
Isso não vai dar certo,
tá na cara,
é só esporte.
Não temos o direito.
Não somos só nós dois.
Fica tranqüilo,
daremos um jeito.
-O nosso jeito.
Confia em mim.
Você vai reparar,
mas não me faça explicar.
Cada um vai ficar na sua.
Vou te deixar saber que estou bem.
Sempre bem.
Não somos só nós dois.
Você precisa entender.
Não é justo
e eu não vou sofrer.
Farei o que for possível,
nem que para isso,
eu tenha que te machucar.
Mas eu não vou sofrer.
Afinal,
isso não pode dar certo,
tá na cara,
é só esporte.
Não somos só nós dois
e eu não vou me machucar.
Não temos o direito:
Eu vou te deixar.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Você

Você na minha vida parece um tsunami.
Quando tudo é calmaria você aparece
e em seguida
nada mais se reconhece.
Você me desestabiliza.
Não é culpa sua:
você é assim,
e eu sei.
Chega e faz o que sempre faz,
enquanto eu,
veterana manjada no assunto você
– mesmo jurando e interpretando indiferença –
me flagro sensibilizada.
Por que isso me acontece?
Você faz de propósito?
Não consigo acreditar que seja.
Só posso acreditar que você gosta de mim.
Não creio que me veja como um quebra galho,
afinal,
nunca fui de fazer maravilhas,
principalmente contigo.
Eu tremia.
Não vou,
não quero,
não posso ficar com você.
Não me possuirá antes que me pertença,
pois não vai fazer de mim o que quiser.
Não mesmo.
Eu vou ficar na minha,
fazer o que eu acho que devo fazer.
Fica tranqüilo e confia em mim.
Quando eu estiver preparada
e você pensar em mim com uma freqüência quase doentia
eu vou te buscar.
Sempre lhe disse que,
cedo ou tarde,
você descobriria que sou mulher da sua vida.
Quando essa novidade toda acabar
e já estiver estabilizado
a gente pode conversar.
Poderemos ser felizes,
homem e mulher.
Ambos fortes.
Acabou aquela história de “protetor e protegido”.
Seremos apoio um do outro.
Teremos nossas vidas paralelas,
nossos trabalhos e nossos amigos.
Faremos apenas o que quisermos fazer.
Seremos felizes,
você meu homem e eu sua mulher.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Mais uma dose

Selvagem,
sujo,
animal.
Mais uma dose.
Botões arrancados,
perfume escorrendo em suor.
Mais um gole,
um sorriso,
o cinto desafivelado.
Nós dois alí,
deitados,
encaixados.
Mais um gole,
outra dose.
Cabelo solto,
batom vermelho,
borrado.
Vidro embaçado,
reflexo destorcido no espelho.
Selvagem.
sujo,
animal.
Mais uma dose.
Mais.
Mais um pouco de você,
mais um pouco de mim,
dessa sujeira que me consome,
que eu quero;
que não tem fim.
Mais uma dose.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Agora sou eu

Me fiz de louca,
parecia doida
Juro,
eu não sou assim.
Acabou a brincadeira.
Se quiser,
agora sou eu.
Sem maluquices,
sem pirraça,
agora sou eu.
Me fiz de louca,
perdi você.
Eu sei.
Foi pra provocar.
Fui criança.
Consegui o que eu queria.
E finalmente,
descobri que estava errada.
Doida varrida.
Me fiz de louca,
parecia doida.
Juro,
Eu não sou assim.
Acabou a brincadeira.
Agora sou eu.
Se me quiser,
Se ainda existir uma chance,
Posso te pedir pra começar de novo?
Prometo que agora sou eu.
Sem maluquices.
Sem pirações.
Juro,
eu não sou assim.
Meu forte nunca foi esse,
sou romântica,
sou autentica,
sou feliz,
mas me fiz de louca.
Você tem razão.
Sem maluquices,
vem comigo,
prometo que dessa vez,
você não vai se arrepender.
Me fiz de louca
Parecia doida
Juro,
Eu não sou assim.
Acabou a brincadeira.
Se quiser,
agora sou eu.
Te quero de volta.

domingo, 7 de agosto de 2011

Ponto final

Ela se foi.
Ele ficou.
Ela voltou.
O endereço é mesmo, o tapete da entrada também.
Ela toca a campainha, com apenas uma bolsa grande debaixo do braço, pronta pra ficar.
Ele atende, meio sonolento, sem graça, só de cueca, abre a porta, a deixa entrar.
Ela olha tudo em volta
– está tudo diferente, o sofá é o mesmo –
aquele que compraram juntos há anos atrás.
Ela entra.
Ele entra e volta vestindo uma camiseta.
Ele olha para ela senta no banco do balcão, serve-se de whisky.
Oferece para ela.
Ela nega.
Fica em silêncio.
Ele pergunta onde ela esteve.
Em poucas palavras, ela diz que viajou.
Ele pergunta por que.
Ela fica em silêncio, se aproxima.
Ele ergue a cabeça, olha para ela
– pela primeira vez desde que entrou –
nos olhos e deixa-se beijar.
Ela levanta, senta-se no sofá.
Ela olha sem entender.
Aproxima-se.
Ele a renega.
Ela pergunta o que, está acontecendo.
Ele começa a atacá-la, fala sobre a falta de consideração e o desrespeito com o amor dele.
Ela reage – eles discutem.
Toca o telefone dele.
Ele olha, não atende.
Silêncio e profunda troca de olhar entre ambos.
Ela desabotoa a camisa, botão por botão, mantendo os olhos fixados nele.
Ele observa, se aproxima.
Beija-a calorosamente.
Transam.
Silêncio.
Ela pede para voltar.
Ele levanta.
Veste-se.
Ela se aproxima.
Ele baixa a cabeça.
Ela o ataca, briga e diz-se arrependida – não devia ter voltado.
Toca a campainha.
Eles se entreolham.
Silêncio.
Ela termina de se vestir, vai em direção a porta.
Ele vai atrás.
Segura a maçaneta.
Ela não diz nada.
Ele: Te ligo quando resolver tudo.

Escrita em Novembro de 2010

sábado, 6 de agosto de 2011

Abajur

Existe um limite entre o eu
a meia luz
e o eu em meio a rua;
existem as coisas que todos podem saber
e as coisas que eu quero lhe contar,
a meia luz.
Não é sempre,
não é o que eu faria,
mas nem tudo eu mudaria.
Ter e Ser.
Na rua,
todos tem,
individual;
A meia luz eu sou,
Sua.
Em meio ao caos,
as disputas,
os egos,
os olhos observam,
mas em plena luz,
poucos vêem.
O que se leva,
no profundo,
olho no olho,
numa brecha entre o limite,
a fronteira,
uma chave de pouco acesso.
Se é
a meia luz.
Sem máscaras.
Eu sou.
Sua.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Chance

Eu sinto muito por nós dois,
por você,
por mim,
pelo que deixamos de ser.
Antes que pergunte,
já estou bem,
recuperada.
Agora é só teimosia,
pura birra.
Pode continuar a não atender
que eu vou continuar a ligar.
Não é tesão,
não é atração;
É birra,
provocação.
Eu sinto muito por tudo que quis
e você não me deu.
Sinto muito pelo que você foi,
fingiu,
e não é.
Sinto pelo seu medo,
pela sua falta de felicidade.
Voltei aos bares,
aos homens,
a vida.
Voltei as minhas alegrias,
minha rotina.
Simples,
mas minha.
Sinto muito por você.
Sinto muito mais por você do que por mim.
Eu tenho a minha vida,
minhas escolhas
E eu opto por continuar tentando,
ligando.
Quero que saiba que estou bem.
Estou feliz
e que sinto muito por não saberes o que é isso
e teres perdido a chance
de conhecer;
me conhecer.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Valeu

Eu pensei que tudo fosse ser como no primeiro dia:
A primeira ligação;
O primeiro beijo;
A primeira noite.
Covarde.
Todo mundo tinha razão,
mas eu,
teimosa como nunca,
precisava provar o contrário.
Não.
Não era questão de honra.
Tudo era questão de esperança.
Esperança num mundo melhor;
Esperança no amor;
Esperança num relacionamento,
no respeito mútuo,
numa vida a dois!
Obrigada.
Muito obrigada por me tornar mais fria,
mais seca,
mais calejada.
Obrigada por me jogar de volta no mundo real
e mostrar que a Terra do Nunca
é um mundo só meu.
Obrigada,
acima de tudo,
por matar a esperança que ainda havia em mim
e continuar com sua vida,
como se nada fosse.
Dessa vez,
a duras penas,
mas dessa vez eu aprendi.
Dependo só de mim.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Bem assim

E eu vivo a vida assim,
arriscando,
experimentando.
Conhecendo de tudo um pouco;
Navegando por terras desconhecidas,
ouvindo trilhas descompassadas...
E eu vivo minha vida assim,
admirando o belo,
respeitando a diferença alheia,
amando e preservando quem me faz bem.
E eu vivo minha vidinha bem assim,
sem me apegar,
sem apedrejar.
Rindo,
cheia de histórias pra contar...
E eu vivo minha vida bem assim,
do meu jeitinho,
no meu cantinho,
com meu charminho.
E eu vivo minha vida assim,
correndo pelo mundo,
me aventurando,
desbravando,
tendo a certeza de que,
quando eu precisar,
meu QG estará lá,
de braços abertos,
me esperando,
com colo certo pra eu voltar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Atração


Foi bom
Deu um nervoso, friozinho na barriga
O que vai acontecer?
Tem a deixa, força que puxa
Atração
Pura atração
Ventinho
Frio na barriga
Arrepio na espinha
Uns segundos demorados
5 segundos eternos
Lenta aproximação
Os olhos se fecham
A distância diminui
As bocas se encostam
Os lábios serram.
O olhar penetra, hipnotiza
Falta ar e o tempo para
Para
Volta

LF
(Escrita em 03/03/2010)