domingo, 31 de julho de 2011

Cíclica II

Você apareceu
Uma figura que eu nunca poderia ter imaginado
me envolveu, me encantou
fez com que eu me visse inserida em um mundo diferente do que estava acostumada.
Você apareceu
num dia que tinha tudo para ser péssimo e entediante
sorriu e me olhou de um jeito inquietante
me deixou curiosa, nervosa
louca de vontade de descobrir quem era a pessoa escondida dentro daquela figura.
Você apareceu
com um gesto, um carinho
disse coisas que não esperava ouvir de você
fazendo-me, pela primeira vez, acreditar que algo desse tipo poderia dar certo.
Você apareceu
um mundo diferente do meu
uma realidade talvez complicada de ser entendida e aceita.
Mas eu estaria disposta a tentar.
Você apareceu
a esperança de um "boa noite"
correspondida por uma mensagem,
a esperança de uma continuação
correspondida por um telefonema.
Você apareceu
tudo indicava que estávamos mais perto um do outro do que realmente esperávamos
tudo indicava que teríamos muito que aprender um com o outro
tudo indicava que você era o estranho mais conhecido que eu já havia visto.
Você apareceu
o dobro mais um, esse é o enigma
opostos perfeitos
mundos diferentes
histórias que se atraem.
Você apareceu
vivemos -aparentemente- uma doce ilusão
talvez tenhamos nos dado conta de que seria difícil
e sem nem mesmo trocarmos aquele olhar
aqueles beijos que fazem questão de não se esquecer
...apenas um novo boa noite,
Você sumiu.
Alguns dias de interrogação,
dúvidas, coincidências e perguntas múltiplas
um sinal, uma mensagem
da figura ou da pessoa?
Você apareceu.
As explicações não eram convincentes...
Eu sumi.

Luisa Pastuchen Fischer - 04 de novembro de 2006

sábado, 30 de julho de 2011

Resgate

Um dia você me disse que eu era uma pérola,
e você,
a concha que me protegia.
Eu acreditei.
E ali fiquei.
Permaneci imóvel
até que a lua dormiu
e o sol acordou.
Me mantive nessa realidade,
Dentro dessa concha,
por 24h.
E fui arrancada.
Maltratada.
Quando percebi,
estava sozinha,
perdida,
sem nada em volta.
Você me abandonou.
Me tirou o ar.
Por alguns segundos,
indefesa,
me pensei enlouquecida.
Me afoguei.
Abri os olhos,
tempos depois,
com a brisa batendo
e o ar entrando em mim.
Eu estava segura,
acolhida.
E o que me restou de sanidade
te salvou de mim.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Parênteses a Breguice

Nunca escondi minha adoração por gatos,
assim como meu gosto por homens nunca foi dos melhores.
- Principalmente no quesito beleza!
Só que tem me faltado ar.
Isso eu não conto pra ninguém.
Seguro sozinha.
Aguento.
O motivo?
- Um gato de botas
(Permito os risos)
Aquela figura tão conhecida
e ao mesmo tempo
tão estranha,
misteriosa:
de botas!
A vida inteira abominei botas.
Chapéus, cintos e fivelas?
-Inquestionáveis.
Pois é.
Graças a sequela da meningite,
meu gosto pouco refinado,
conscientemente,
te escolhi.
Um gato de botas
e entre botas.
Isso tudo, olhando de longe.
Óbvio.
De perto,
um Mamute.
Sem máscaras aparentes,
com pêlos de fora,
defeitos nítidos.
Não tem porque.
Não quero querer.
Não sei escolher.
Entre tantos estranhos desconhecidos,
me apaixonei por você.
Rude.
Indomável.
Selvagem.
Feroz.
Perigoso.
Feio.
Ameaçador.
Não sei porque.
Fui até você.
Sem botas,
andei na direção
do gato de botas.

Um Aviso de Mulher para Mulher

Nunca, jamais encontre o homem de sua vida quando estiver de TPM, sua visão estará alterada, seus sentidos exarcebados e, o pior....se realmente ele for "O Cara"você com certeza irá por tudo a perder!
Claudia Fischer

(Tive que postar as sábias palavras da minha mãe)

NADA ADIANTA

Olhe onde chegamos
Nosso amor perdeu pro desencontro
O tempo venceu nossa paixão
Nada fizemos enquanto tínhamos tempo
Nada adianta,
nada traz você pra perto de mim
Aos poucos percebi que estou te perdendo
Conversas vãs de que nada tem adiantado
Palavras jogadas ao vento
Sentimentos da boca pra fora
Nada adianta,
nada traz vc pra perto de mim
Queria que você soubesse
Queria que me contasse o que te deixa assim.
Assim
Te entender
Te ajudar
Tentar te trazer pra mim
Nada adianta,
Nada traz vc pra perto de mim
Nada adianta,
Nada traz vc pra perto de mim

(Poesia que virou música, escrita em 2006)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Cíclica


Não me interessa quem é
Não me interessa o que faz
Me interessa saber o porquê de não estar aqui
Me interessa saber qual a desculpa
Quem é o amigo com problemas desta vez
Ser segundo plano,
estar como opção,
não consta no meu currículo
Meu lugar é do seu lado,
no tempo que temos pra ficar juntos
Meu lugar não é te esperando,
muito menos me privando das minhas coisas:
Pra não te aborrecer;
Pra não te deixar chateado;
Pra não brigarmos.
Tenho minha vida,
tens a tua vida.
Adaptar-me sozinha não é algo questionável
Você tem que saber quais são suas prioridades
Você tem que saber quem é importante pra você
Qual momento é o certo,
Qual a companhia certa?
Estar a sua disposição a qualquer hora não passa de um sonho seu.
Me interessa saber se é isso que você realmente quer.
Faça-me cobranças de namorado,
no momento em que ocupar o cargo.
Se não quer se responsabilizar;
Se não quer apaixonar;
Se não quer encarar;
Encontrarei alguém que queira.
Não me impeça de viver,
não me prenda.
Nosso tempo é único
Nosso tempo não volta
Ajude-me a usar o meu:
farei o possível paras as lágrimas serem somente de alegria
Farei o possível para que as discussões sejam por motivos lógicos.
Ciúmes doentios não alimentam a alma;
Não dão chance ao amor!
A confiança aproxima;
Da chance;
Alimenta.
A única coisa –hoje- que me interessa
é saber o que esperar da sua caixinha de surpresas.
A guerra e o ódio ou
a chance do começo de uma historia de amor?


Escrita em 15 de Novembro de 2006

O Cara

Acho que me apaixonei.
E a essa altura, minha decepção deu espaço a preocupação.
Comigo tudo seria diferente.
Não haveria enrolação.
Eu tinha certeza.
Eu estava certa.
Foi.
Acabou.
Simplesmente, acabou
na mesma velocidade com que começou.
Hilário.
Te dei uma chance.
Me desarmei.
E mesmo sabendo que não fiz nada de errado,
não te ligo.
Por que?
-Por medo de não me atender.
Não te atendo por que?
-Medo de acreditar,
mais uma vez,
nas suas histórias.
Não me importo de ficar dias
sem você.
Me basta a convicção da tua volta.
É muito simples.
Reciprocidade.
Ok.
Medo não é desculpa.
Assim como
Silêncio não é resposta.
Eu quero você.
O cara que só eu converso;
O cara que me escuta;
O cara que,
além de rir de mim,
acorda mal-humorado;
O cara que me acha única.
O cara que ninguém,
além da minha imaginação
e das paredes do seu quarto,
conhece como eu!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Estrada

Eu preciso parar de correr,
parar de querer.
Não existe falta de tempo.
Respirar.
Existe falta de vontade!
Aprenda.
Comece a andar,
caminhar e respirar.
De tal forma,
as coisas passam devagar.
E não há, no mundo,
nada melhor que degustar.
Apreciar.
Parte por parte.
Pedacinho por pedacinho.
Dos gostos mais doces aos azedos,
agridoces e mesclados.
Respirar e aprender a caminhar.
Assim, depois de um longo caminho,
uma grande fração de tempo interminável,
ela vem.
Ela há de lhe ver e chegar.
-Alegria,
Ah, Alegria!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Resposta

Ao contrário de você,
se eu pudesse deletar de vez alguma coisa,
não deletaria nossas brigas,
me amadureceram;
Não deletaria esse tempo todo juntos,
tivemos momentos muito felizes.
Se eu pudesse deletar de vez,
não deletaria minhas noites em claro,
me renderam belas poesias;
Não deletaria o nervosismo, a ansiedade ou a angustia,
foram - todas - muito bem recompensadas.
A propósito, obrigada por isso.
Se eu pudesse deletar de vez,
não deleteria seus sorrisos,
cada um, por sua vez, me trouxe esperança;
não deletaria suas lágrimas,
elas lhe tornaram mais humano.
Não deletaria, também, as nossas crises,
apenas serviram pra mostrar o quanto somos bobos afastados.
Se eu pudesse deletar de uma vez a distância,
não o faria.
Junto dela veio a Saudade, que eu também não deletaria:
foi Ela quem me mostrou o Amor!
Se pudesse deletar de vez,
não seriam os dias ou as noites, boas ou ruins.
Não seria você.
Se eu pudesse deletar de vez,
hoje,
seria a coragem.
Não por você ser um covarde e eu querer me igualar;
Deletaria a força,
não por você ser forte e eu não querer ganhar;
Deletaria a euforia,
não pra que pensasse que não estava satisfeita;
Deletaria toda a minha coragem, toda a minha força e toda a minha euforia,
por que foram elas as responsáveis por eu sair de casa aquele dia,
aquele maldito 17 em que te conheci.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Prece

Quero dar sorte ao amor
Ele vem, chega e acaba com tudo
Por que, Coração?
Não quero me enganar de novo
Eu vou até o fim
Mesmo que pra isso passe por mil montanhas
Mesmo que pra isso eu tenha que cantar, gritar
-Alegria, alegria
Sei que estas por chegar
E se dependesse só de mim,
das minhas vontades,
do que eu estou afim de fazer,
Literalmente sem pensar,
Você estaria aqui,
entre meus braços,
encaixado: como um quebra cabeça,
cada peça só encaixa num lugar específico.
Na tentativa, me falta ar.
Some.
Simplesmente sufoca.
Por que, Coração?
-Universo, custa simplificar tudo?
Traz pra mim o que eu quero,
Manda pra mim, também,
um pouco de sorte e bastante ar
O resto eu dou conta.
Tem espaço demais nesse mundo pra nós dois
Vou me entregar, por completa, a você
Eu dou conta.
Universo, um bom Coração.
Sorte.
Ar.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Eu - não - estava esperando

Eu esperei,
enquanto fazia minhas coisas,
pra que você entrasse por aquela porta.
Discretamente,
eu esperei.
Você chega
e, do fogão,
de onde eu tava,
eu via,
congelada,
sorria.
Sonho meu.
Você, enquanto eu entendia,
me olhava,
admirava e sorria.
Enquanto eu esperava,
você,
sutilmente,
me amava,
admirava.
No meu sonho,
você me pegava em seus braços e num único gesto,
calava meus anseios,
minha fome,
medos,
desejos.
Sultilmente,
com um leve toque,
e um olhar que,
mesmo sem nunca ter visto,
eu conhecia incomparavelmente bem.
Eu estava bem também.
Ali você me tinha.
Uma promessa sem palavras se instaurava;
Uma dívida,
nunca feita,
se cumpria.
Num embalo,
eu abro os olhos e,
como se saída de uma tormenta,
meu mundo volta ao lugar.
Suas mãos não me tocam,
o ar não tem seu cheiro.
Você,
de novo,
não veio.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ah, vai!

E com esse coração que não manda nada
Eu não posso fazer nada
Não adianta discutir
Por mais que eu queira reinar,
Teimar
Sabe?
Eu tento escolher,
Mas Ele não deixa.
Ele me xinga, briga
Não coordena as coisas.
Se golpeia e sabota.
Não se deixa dominar,
Não se permite apreciar
Só quer saber de se iludir.
Machucar.
Mas agora,
Nem que seja na marra,
Vai aprender,
Vai se cuidar,
Vai amar.