segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pausa

Eu fiquei imóvel
só ouvindo.
Você falava,
gritava,
gesticulava.
Eu não entendia,
não ouvia.
Continuei ali,
parada.
Calmamente
me levantei,
peguei um copo d'água
e, de novo,
me sentei.
Continuava sem ouvir nada.
Você falou,
gritou
e devagar
se aproximou.
Pela primeira vez
me olhou.
Como se nada
tivesse acontecido,
lhe dei um beijo.
Você se acalmou,
me olhou,
parou.
Ficamos ali,
os dois,
imóveis.
Como se,
por algum tempo
- não determinado -
tudo tivesse parado;
nada tivesse acontecido.
As coisas voltaram ao normal.
Fique tranquilo,
foi tudo o que eu disse,
eu não vou embora.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mentiras sinceras

Inventei uma mentira
e tento acreditar.
Repito pra mim mesma,
mil vezes
em voz alta;
cochicho pelos cantos
e
mesmo assim
falta fé.
Não creio em mim.
Não é simples assim
do jeito que parece.
Minhas mentiras
são sinceras;
são verdadeiros
desejos,
sonhos,
recordações enroladas
na mais bruta ficção.
Invento mentira
para que,
nessa forma,
algum brilho
(re) surja;
alguma luz se acenda;
alguma - linda -
esperança nasça,
pois
meu coração
merece calma,
minha alegria
necessita combustível
e que,
por obséquio,
esse conjunto,
a união de tais fatores,
desaponte a escuridão.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Aconteceu

Para que você pare
de uma vez por todas
é bom que saiba a verdade.
Eu menti
toda vez que disse que estava bem.
Menti também
quando disse que tinha tempo,
que tudo iria passar.
Eu menti
quando disse que teria paciência.
Não escolhi.
Simplesmente aconteceu
e eu sofri.
Agora é chegada a hora
de sentires na pele
o que me fez passar.
Acordou tarde;
sentiu que me perdeu,
e acertou!
Não há o que fazer,
há e ser eterno.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Por favor

Odeio ter
a convicção
e a prova concreta
do tamanho do mundo.
Fugi,
me escondi
e quando
estava prestes
a me libertar
Você apareceu.
Veio pelo correio,
ou ligação
de telemarketing
da maneira
mais inoportuna,
no momento
mais inconveniente.
Conserve-se.
Preserve-se.
Por favor.
Liberte-se
e suas histórias;
Guarde-as em seu mundo.
Afinal,
eu sei
o mundo é pequeno demais
para que mesmo
Que eu não queira
eu saiba de você.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Desatrela

Eu me segurei,
mas agora
preciso te dizer
que sim,
eu penso em você.
Seus detalhes aparecem
e sim,
antes que você fale,
pense
ou pergunte,
me mantenho ocupada.
Cabeça
ou coração.
Não sei.
Um desses infelizes,
um desses inconvenientes,
não te larga.
E sim,
eu quero.
Ou seja,
me larga,
sai de mim:
Eu quero não te querer.
Entendeu?
Sai da minha cabeça,
esvazia minha mente
e sim,
desafoga meu coração.
Devolve meu ar.
Me deixa "sozinha"
e sim,
minha solidão acompanhada,
minha paz comigo mesma,
é só o que eu quero de mim.
É isso que eu preciso.
Quero que me liberte
de seus pensamentos.
Porque sim.
Eu quero viver
a minha maneira
com outra pessoa
que não,
não é você!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Done

A minha parte eu fiz.
Não vou mais falar,
não vou mais pensar,
não vou mais gostar.
Deixei,
nesse momento,
de sobreviver.
Passei a viver.
Entender sem censura,
procurar sem anceio.
Não há respostas
vindas com o tempo.
Nem haverão.
Não.

sábado, 15 de outubro de 2011

Novo denovo

Vou buscar um outro olhar.
Outro corpo.
Outra mão que me segure.
Foi tudo uma loucura,
mera insensatez mirim.
Não tem mais o fogo,
falta o calor
daquele momento.
Quero mesmo
outra paixão.
Outro colo quente.
Uma alma verdadeiramente compatível.
Um novo
e infinito
olhar.