sexta-feira, 15 de julho de 2011

Eu - não - estava esperando

Eu esperei,
enquanto fazia minhas coisas,
pra que você entrasse por aquela porta.
Discretamente,
eu esperei.
Você chega
e, do fogão,
de onde eu tava,
eu via,
congelada,
sorria.
Sonho meu.
Você, enquanto eu entendia,
me olhava,
admirava e sorria.
Enquanto eu esperava,
você,
sutilmente,
me amava,
admirava.
No meu sonho,
você me pegava em seus braços e num único gesto,
calava meus anseios,
minha fome,
medos,
desejos.
Sultilmente,
com um leve toque,
e um olhar que,
mesmo sem nunca ter visto,
eu conhecia incomparavelmente bem.
Eu estava bem também.
Ali você me tinha.
Uma promessa sem palavras se instaurava;
Uma dívida,
nunca feita,
se cumpria.
Num embalo,
eu abro os olhos e,
como se saída de uma tormenta,
meu mundo volta ao lugar.
Suas mãos não me tocam,
o ar não tem seu cheiro.
Você,
de novo,
não veio.

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