segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pausa

Eu fiquei imóvel
só ouvindo.
Você falava,
gritava,
gesticulava.
Eu não entendia,
não ouvia.
Continuei ali,
parada.
Calmamente
me levantei,
peguei um copo d'água
e, de novo,
me sentei.
Continuava sem ouvir nada.
Você falou,
gritou
e devagar
se aproximou.
Pela primeira vez
me olhou.
Como se nada
tivesse acontecido,
lhe dei um beijo.
Você se acalmou,
me olhou,
parou.
Ficamos ali,
os dois,
imóveis.
Como se,
por algum tempo
- não determinado -
tudo tivesse parado;
nada tivesse acontecido.
As coisas voltaram ao normal.
Fique tranquilo,
foi tudo o que eu disse,
eu não vou embora.

Um comentário:

  1. Acho que ele queria que você ficasse. Isso é muito transcendental (é assim que escreve?), é algo da altrusca fosca do solastro de nerunda...profunfo...

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